segunda-feira, 2 de junho de 2014

O Teatrinho do Ganso Verde


O Teatrinho do Ganso Verde

Gałczyński em português pela trupe dos Pisca-Pisca


5 de junho | 19:00

Centrum Łowicka, ul. Łowicka 21
Entrada livre
 

A trupe do Pisca-Pisca, o grupo de teatro português da Universidade de Varsóvia, tem a honra de apresentar, em estreia completamente planetária no universo da língua portuguesa, o Teatrinho do Ganso Verde, o mais pequeno teatro do mundo, da autoria do dramaturgo polaco Konstanty Ildefons Gałczyński.


Para o público polaco, Gałczyński dispensa apresentações, mas para o português vale a pena relembrar que Konstanty Ildenfons Gałczyński (1905  – 1953) é um dos escritores polacos mais divertidos, espirituosos, inteligentes e, provavelmente, o mais sucinto deles todos. O repertório do seu Teatrinho do Ganso Verde integra mais de 160 peças, que foram publicadas semanalmente na revista “Przekrój”, entre 1946 e 1950, e cuja extensão varia entre o punhado de linhas e o punhado de páginas. O Teatrinho do Ganso Verde é uma constante reflexão humorística acerca da Polónia e dos polacos. O tom da obra ora é mordaz, ora maroto, ora completamente absurdo. Por vezes, o humor é bem negro, tão negro, que nem se o consegue vislumbrar. E às vezes, o riso vem, pura e simplesmente, de uma bela parvoíce, uma deliciosa traquinice de criança.

Até este momento nunca o ganso verde falara em português – má fortuna que a trupe dos Pisca-Pisca quis corrigir. Por isso, este ano, os estudantes antes de serem atores, foram primeiro tradutores e verteram para português as 12 peças que compõem o nosso espetáculo e que nos apresentam algumas das personagens mais emblemáticas do Teatrinho do Ganso Verde: Aloísio Pintassilgo, Pedrinho Diabólico, o Charlatão Jamaica e Hamlet são apenas algumas delas.

Uma breve nota sobre o trabalho de tradução. Como todos os grandes autores, Gałczyński escreve pouco mas diz muito, pois nas entrelinhas, joga constantemente com referências culturais polacas. Citar o mero nome de uma localidade é suficiente para tecer um comentário mordaz à história da Polónia. Os tradutores, sempre que possível, tentaram transpor este jogo para o universo português. Portanto, se ouvirem falar de Celorico da Beira ou de Olivença, não pensem que Gałczyński andou por estas ilustres terras ou escreveu sobre elas. Foi apenas a nossa forma de honrar o génio artístico do autor polaco. Depois da peça digam-nos se conseguimos.

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