O Teatrinho do Ganso Verde
Gałczyński em português pela trupe dos Pisca-Pisca
5 de junho | 19:00
Centrum Łowicka, ul. Łowicka 21
Entrada livre
A
trupe do Pisca-Pisca, o grupo de teatro português da Universidade de
Varsóvia, tem a honra de apresentar, em estreia completamente planetária
no universo da língua portuguesa, o Teatrinho do Ganso Verde, o mais
pequeno teatro do mundo, da autoria do dramaturgo polaco Konstanty
Ildefons Gałczyński.
Para o público polaco, Gałczyński dispensa apresentações, mas para o
português vale a pena relembrar que Konstanty Ildenfons Gałczyński (1905
– 1953) é um dos escritores polacos mais divertidos, espirituosos,
inteligentes e, provavelmente, o mais sucinto deles todos. O repertório
do seu Teatrinho do Ganso Verde integra mais de 160 peças, que
foram publicadas semanalmente na revista “Przekrój”, entre 1946 e 1950, e
cuja extensão varia entre o punhado de linhas e o punhado de páginas. O Teatrinho do Ganso Verde
é uma constante reflexão humorística acerca da Polónia e dos polacos. O
tom da obra ora é mordaz, ora maroto, ora completamente absurdo. Por
vezes, o humor é bem negro, tão negro, que nem se o consegue vislumbrar.
E às vezes, o riso vem, pura e simplesmente, de uma bela parvoíce, uma
deliciosa traquinice de criança.
Até este momento nunca o ganso verde falara em português – má fortuna
que a trupe dos Pisca-Pisca quis corrigir. Por isso, este ano, os
estudantes antes de serem atores, foram primeiro tradutores e verteram
para português as 12 peças que compõem o nosso espetáculo e que nos
apresentam algumas das personagens mais emblemáticas do Teatrinho do Ganso Verde: Aloísio Pintassilgo, Pedrinho Diabólico, o Charlatão Jamaica e Hamlet são apenas algumas delas.
Uma breve nota sobre o trabalho de tradução. Como todos os grandes
autores, Gałczyński escreve pouco mas diz muito, pois nas entrelinhas,
joga constantemente com referências culturais polacas. Citar o mero nome
de uma localidade é suficiente para tecer um comentário mordaz à
história da Polónia. Os tradutores, sempre que possível, tentaram
transpor este jogo para o universo português. Portanto, se ouvirem falar
de Celorico da Beira ou de Olivença, não pensem que Gałczyński andou
por estas ilustres terras ou escreveu sobre elas. Foi apenas a nossa
forma de honrar o génio artístico do autor polaco. Depois da peça
digam-nos se conseguimos.
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