Programa KINO.PT

PROGRAMA
Longas-metragens 


BALAOU
realiz. Gonçalo Tocha, Portugal, 2007, doc., 77’


“Faz agora sete meses que a Blé, a minha mãe, morreu. Estou em frente do mar de S. Miguel, Açores, a terra da família distante. Encontro a tia-avó Maria do Rosário, 91 anos, à procura do seu momento para partir. Fala-me de Deus. À sua volta, os bebés nascem. Todos passam pelo mar da ilha, negro, vulcânico. É aqui que encontro a Florence e o Beru, um casal francês que todos os anos cruza o Atlântico no Balaou, um barco à vela. Convidam-me a continuar a viagem com eles. Mando fora o bilhete de avião e faço-me ao mar alto.” Dividido em três momentos e oito lições, Balaou é uma viagem para aceitar o esquecimento das coisas.



VIAGEM A PORTUGAL
realiz. Sérgio Tréfaut, Portugal, 2011, fic., 75’


Viagem a Portugal é um filme político sobre os procedimentos de controlo de estrangeiros nos aeroportos europeus e sobre o tratamento desumano, que é aceite como prática comum nos dias de hoje. Maria, uma médica ucraniana, aterra no aeroporto de Faro, em Portugal, com um visto de turismo. Entre todos os passageiros do seu avião, Maria é a única a ser detida e interrogada pela polícia de estrangeiros e fronteiras. A situação transforma-se num pesadelo quando a polícia percebe que o homem que espera Maria no aeroporto é senegalês. Imigração ilegal? Tráfico humano? Tudo é possível. Viagem a Portugal é um filme inspirado numa história real. É também a primeira longa-metragem de ficção do autor do documentário Lisboetas, bem conhecido do público polaco.


É NA TERRA NÃO É NA LUA
realiz. Gonçalo Tocha, Portugal, 2011, doc., 185’




Um homem-câmara e um homem-som chegam, em 2007, à Ilha do Corvo, a mais pequena do arquipélago dos Açores. Em pleno Oceano Atlântico, o Corvo é um rochedo alto de 6km de comprimento e 4km de largura, com uma cratera de vulcão e uma única vila minúscula de 440 pessoas. Gradualmente a equipa de rodagem é aceite como habitante, mais duas pessoas a juntar a uma civilização com quase 500 anos de vida mas com poucos registos e com pouca memória escrita.  Com uma rodagem vertiginosa de vários anos, feita em auto-produção, entre idas, saídas e retornos, É na Terra não é na Lua escreve-se como um diário de bordo e constrói-se como um mosaico de descobertas, que acompanham a vida contemporânea de uma civilização isolada no meio do mar. Um longo filme-atlântico, dividido em 15 capítulos, que combina registos antropológicos, literatura, arquivos, e histórias mitológicas e autobiográficas.


FILME DO DESASSOSSEGO
realiz. João Botelho, Portugal, 2010, fic., 120’




Lisboa, hoje. Um quarto de uma casa na Rua dos Douradores. Um homem inventa sonhos e estabelece teorias sobre eles. A própria matéria dos sonhos torna-se física, palpável, visível. O próprio texto torna-se matéria na sua sonoridade musical. Filme desassossegado sobre  fragmentos de um livro infinito e armadilhado, de uma fulgurância quase demente mas de genial claridade. O momento solar de criação de Fernando Pessoa. A solidão absoluta e perfeita do EU, sideral e sem remédio. “Deus sou eu!”, também escreveu Bernardo Soares.


TABU
realiz. Miguel Gomes, Portugal / Alemanha / Brasil / França, 2012, fic., 118’



Uma idosa temperamental, a sua empregada cabo-verdiana e uma vizinha dedicada a causas sociais partilham o andar num prédio em Lisboa. Quando a primeira morre, as outras duas passam a conhecer um episódio do seu passado: uma história de amor e crime passada numa África de filme de aventuras.Terceira longa-metragem de um dos mais talentosos realizadores do cinema português da nova geração. Uma homenagem ao cinema mudo. Grande sucesso do cinema português dos últimos anos.


CAMA DE GATO
realiz. Filipa Reis e João Miller Guerra, Portugal, 2012, doc/fic., 57’



Uma jovem mãe procura conciliar a adolescência com a memória viva do primeiro amor e do seu final não muito feliz. O bebé acompanha-a no carrinho, enquanto troca confidências em frente da câmara, no café com as amigas ou na manicura. Com um tom documental, esta ficção transporta-nos para o seu universo infantil e cheio de esperança.


PROGRAMA
Curtas-metragens

A COMUNIDADE
realiz. Salomé Lamas, Portugal, 2012, doc., 23’



A Comunidade propõe um olhar sobre o mais antigo parque de campismo de Portugal – CCL – Costa da Caparica. Desde o momento da sua criação, novas gerações de famílias povoam-no, traçando o limite entre o mundo “fora” e “dentro”, tentanto fazer parar o tempo.


PICKPOCKET
realiz. João Figueiras, Portugal, 2010, fic., 20’



Um vulto desfocado, uma entrevista anónima revela um homem solitário, melancólico, desenquadrado do seu tempo. O seu testemunho revela uma cidade em mudança.


KALI, O PEQUENO VAMPIRO
realiz. Regina Pessoa, Portugal/Canadá, 2012, anim., 9’



Esta é a história de um rapaz diferente dos outros, que sonha em encontrar o seu lugar ao sol. Tal como a lua passa por diferentes fases, também o Kali tem de enfrentar os seus medos e demónios interiores para, no final, encontrar a passagem para a luz. Um dia ele vai desaparecer… ou talvez seja apenas mais uma fase de mudança.


O CÁGADO
realiz. Luís da Matta Almeida, Pedro Lino, Portugal/GB, 2012, anim., 9’




Nesta fábula contemporânea conta-se a estranha aventura de um homem que “era muito senhor da sua vontade”. Para provar a existência física do cágado, “aquele estranho animal da zoologia”, vai até ao outro lado do mundo, num esforço inútil e sem sentido. Por vezes, o essencial pode estar mesmo à nossa frente, basta apenas saber vê-lo.


LUZ DA MANHÃ
realiz. Cláudia Varejão, Portugal 2012, fic. 18’




Luz da Manhã fecha um círculo de três curtas-metragens de Cláudia Varejão sobre o (des)encontro em família. O quotidiano oculta forças maiores e silenciosas e o seu entendimento apresenta-se, muitas vezes, como uma tarefa demasiado violenta ou até inútil. Luz da Manhã aproxima-se da distância entre três gerações, mãe, filha e neta.


ALVORADA VERMELHA
realiz. João P. Rodrigues, João Guerra da Mata, Portugal 2011, doc. 27’



Macau. Mercado Vermelho. Fevereiro de 2011. Dois realizadores, um olhar. Os gestos e as rotinas, entre a vida e a morte. Em memória de Jane Russell (21 de Junho de 1921 – 28 de fevereiro de 2011).